Nossa história

Estamos juntas desde 2017 organizando e participando de Rodas de Conversa, Workshops, Vivências, Debates, Simpósios, Seminários e Congressos.

Nossos temas de estudo são Mulher, Maternidade e Saúde mental.

Amigas, Parceiras, Guerreiras, Psicólogas... Apaixonadas pelo que fazem.

2021

Entrevista para o SaberPsi - Relacionamentos abusivos e violência com Adriana Moraes

Entrevista realizada em maio de 2021 pelo grupo de estudantes da graduação em Psicologia, da Universidade Santa Úrsula (RJ), para a disciplina Gestalt-terapia, ministrada pela professora Helena Jucá Vasconcelos.

Agradecemos ao grupo pelo convite e opr disponibilizar nosso encontro a todos que quiserem acessa-lo. Obrigada Alessandra Barros, Cristina Hagler, Flavia Moraes, José Eduardo de Souza e Viviane Soares.

Live com a Fundação Mudes - A ansiedade do jovem na inserção ao mercado de trabalho

2020

Quem seríamos se não fôssemos quem fomos convencidas a ser?

Segundo Bell Hoocks, antes das aulas sobre Estudos de Mulheres, as mulheres aprendiam sobre o feminismo em grupos, no “boca a boca”, nas trocas entre as mulheres. Desses encontros germinaram o feminismo, movimento que vem construindo resistência e promovendo caminhos de enfrentamento a estrutura patriarcal e machista de controle aos nossos corpos. Inspiradas pela potência da coletividade, dos encontros entre mulheres, desde os mais acadêmicos aos mais íntimos, nasce o SIMPÓSIO MULHERIO. Um encontro com mulheres de diversos campos de atuação e áreas de conhecimento, um espaço de reflexão e fortalecimento do nosso discurso, da nossa prática e nossa esperança e em dias em que mulheres não precisem mais lutar por igualdade de direitos e visibilidade.

No ano de 2018 realizamos o I Simpósio MulheRio, em que, norteadas pela afirmação de Simone de Beauvoir "não se nasce mulher, torna-se Mulher" convidamos 20 mulheres, de diferentes áreas de conhecimento, para, em dois dias de encontro, compartilharmos diversos olhares para o feminino.

A repercussão positiva desse encontro, viabilizada por nossa parceria com o CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas) e o cenário atual nos incentivou a dar continuidade a essa caminhada. Tema alvo de constantes transformações e de tamanha importância, a pauta ser-mulher-no-mundo continua nos instigando a promover espaços coletivos para dividir e ampliar olhares e vivências sobre essa experiência, por isso, apresentamos agora o II Simpósio MulheRio - Quem seríamos se não fôssemos quem fomos convencidas a ser?




palestrantes

ANA PRESTES:

Socióloga e cientista política, mestre e doutora em Ciência Política pela UFMG

ANA GILDA SOARES DOS SANTOS:

Graduanda em Serviço Social pela Universidade Castelo Branco. Presidente da ACIERJ - Associação dos Cuidadores, da Pessoa Idosa, da Saúde Mental e com Deficiência do Estado do Rio de Janeiro. Cuidadora em Saúde Mental no CAPS Neusa Santos Souza

CHRISTINA BRECH:

Mulher, matemática e feminista. Professora e pesquisadora na USP desde 2010 e preocupada com a baixa representatividade de mulheres na matemática, está engajada com questões de gênero desde 2015, quando criou com suas colegas a Rede Não Cala USP - um coletivo de professoras pelo enfrentamento da violência de gênero

DANIELA FONTAN:

Atriz, palhaça e em 21 anos de ofício atuou em teatro, cinema, TV ( "Amor eterno amor", "O outro lado do Paraíso", Lili,aEx" , "Homens?" entre outros ) e apresentou a série documental tradições Amazônia Atlântica, que estreia em 2021.

JULIANA CESARIO ALVIM GOMES:

Professora Adjunta da Faculdade de Direito da UFMG. Doutora e Mestre em Direito Público pela UERJ. LL.M pela Yale Law School.

KARIN VERVUUT:

Socióloga pela UFRJ e mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília. Co-fundadora do projeto #ElasNoPoder. Se especializou nas áreas de comportamento eleitoral e psicologia política. É pesquisadora e consultora em campanhas eleitorais, em estados brasileiros, inclusive da campanha presidencial de Marina Silva.

LAURA AUGUSTA:

Psicóloga [CRP03/15633], Coordenadora geral da Rede Dandaras e Mestranda do PPGNEIM/UFBA. Atua na área clínica e comunitária, construindo uma psicologia racializada no combate ao racismo e as violências de gênero.

LEILA DUMARESQ:

Filósofa, articulista, mestranda do departamento de Saúde Coletiva da UNICAMP, representante da sociedade no Conselho Municipal de Saúde de Campinas e no Conselho de Ética em Pesquisa da UNICAMP.

LIGIA FABRIS:

Professora e Coordenadora do Programa Diversidade da FGV Direito Rio, doutoranda em Direito pela Humboldt Universität zu Berlin.

LIVIA ARRELIAS:

Psicóloga, Gestalt-terapeuta e Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento (linha Psicologia do Desenvolvimento - UFPA), ), especialista em Gênero e Diversidade na escola, integrante do núcleo Amapá da ANPSINEP (Articulação Nacional de Psicólogas/os Negras/os).

MONICA ALVIM:

Psicóloga, Gestalt-Terapeuta, doutora em psicologia pela Universidade de Brasília e pós-doutorado em filosofia contemporânea pela Universidade Paris 1, Panthéon-Sorbonne. Atua no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Especialista em Nanotecnologia e Nanociências, pesquisadora junto ao CBPF e Petrobrás. Doutora e Mestre em Física pelo CBPF e Doutora em Engenharia pela Université Paul Sabatier. Licenciada em Física pela UDESC, Pós-doutora pela PUC-Rio, pelo Istituto Officina dei Materiali e pela Università di Udine.

OLGA RUNCIMAN:

Psicóloga formada na Universidade de Copenhagen e uma terapeuta familiar do sistema Open Dialogue de Londres. Membro da Associação Psicologica Dinamarquês. Especialista no tratamento de desordens psicológicas severas. Ela mesma é uma sobrevivente do sistema psiquiátrico e uma ouvidora de vozes.

(esta palestra será ministrada em inglês com tradução de Maria Inez Arieira)

PAULA LAND CURI:

Profa. Dra. no Departamento de Psicologia UFF Niterói e PPG Psicologia - Estudos da Subjetividade Coordenadora do Programa Mulherio: tecendo redes de resistência e cuidados.

RACHEL GOUVEIA:

Assistente Social. Professora da UFRJ. Co-coordenadora do Projeto de Pesquisa e Extensão Luta Antimanicomial e Feminismos.


Lançamento do Livro

Reflexões do I Simpósio MulheRio

Não se nasce Mulher, torna-se Mulher: Olhares para o feminino

Dia 31 de outubro, ao comemorarmos dois anos do I Simpósio MulheRio, lançamos nosso e-book pela Amazon. Nosso livro foi um desejo de deixar registrado o prazer e o impacto de cada uma das palestras que vivemos no I Simpósio MulheRio, no ano de 2018. Não estão todas as palestras, não foi possível, mas o carinho de todas as participantes, com certeza, costuram esta totalidade. Foi um longo caminho até aqui, foi difícil a organização, mas prazerosa a colaboração e acolhimento de cada uma das palestrantes que aqui estão. Desejamos partilhar com quem não pode estar conosco naqueles dois dias mágicos de 2018 e, para quem foi, deixar uma foto, uma lembrança, uma recordação concreta da potência de nosso encontro. Dia 31 de outubro de 2018 entrou na nossa história como um dia triste e Alegre. 3 dias após os resultados das urnas e estávamos todas nós discutindo o que seria de nós que não faríamos parte da pauta do presidente eleito. Estarmos juntas num momento tão delicado nos fortaleceu para enfrentar o que viria pela frente... juntes somos mais fortes!


Matemática, palhaçadas, advogadas, juíza, arquiteta, psicólogas, assistente social, biblioterapeutas, psiquiatra, editora... foram muitas as vozes de muitas áreas expressando os muitos olhares sobre a questão posta: não se nasce mulher. Torna-se mulher olhares para o feminino

Grupo de Estudos

Grupo de estudos

ON LINE

  • No Brasil a PSICOLOGIA se faz presente no cenário de emergência e desastres há tempos...

  • O atendimento psicológico emergencial pode e deve se fazer presente em causas naturais ou antrópicas, trabalhando na acolhida dos sujeitos e reconstrução de suas identidades e comunidades.

  • O sofrimento humano, em diferentes escalas, faz com que as pessoas se sintam, de alguma forma, atingidos.

  • Crise é um período de desequilíbrio psicológico, resultante de um evento ou situação que constitui um problema de tal ordem que não pode ser solucionado com as estratégias de enfrentamento conhecidas.

(...) Emoção, sentimento e regulação biológica desempenham um papel da razão humana. Um circuito complexo que nos assegura um nível de razão e propriedade na tomada de decisão e, por extensão, do comportamento social e da capacidade criadora. A interação corpo/cérebro visa administrar e preservar a vida de forma eficiente. O valor biológico é como guia humano: o que é bom para vida e o que é ameaça de morte... Seguindo esse guia buscamos nossa homeostase orgânica. Não diferente são os instrumentos da Cultura... Incorporamos valores culturais que funcionam como réguas homeostáticas. Nas esferas sociais temos produções culturais que garantem nossa vida em sociedade: sistema judicial, organizações políticas, tecnologia, instituições de um modo geral. Homeostase sociocultural que interage com a homeostase básica e essa combinação zela por valores biológicos: sobrevivência. Daí uma banca de pós nos dar medo: um cérebro culturalmente modificado.Nosso organismo, como forma de prever desequilíbrios e incentivar soluções, possui um mecanismo capaz de mudar o estado de outras células. Nossos neurônios produzem sinais eletroquímicos para forçar outras células ao ajustamento. Essa fonte regula o comportamento e salva a sobrevivência. O cérebro detecta mudança e gradua a necessidade e urgência de correção. O humano terá desconforto ou dor com ou sem consciência. Somos capazes de aprender a nos adaptar não só a sobrevivência mas para encontrar bem-estar. E como viemos falando, a interação social é um regulador homeostático: recompensa, punição, motivação obedecem a princípios de valor e nos norteiam...Nossa prioridade sempre deveria ser nossa segurança tanto física quanto mental. A busca de nossa homeostase deveria considerar ambas. Ambas! Com o mesmo peso, sem preterir nenhuma... Contudo, a força cultural, muita das vezes deturpa a percepção. E vem dessa força cultural também a desqualificação de nossas emoções... (...) Adriana Moraes Schoenacher

Lives de Quarentena

Lives de Quarentena

Esse ano de 2020 nos trouxe o Isolamento Social como possibilidade de preservarmos as nossas vidas e as vidas de nossos semelhantes.

Não está sendo fácil... O Chronos, Senhor do tempo, aquela grandeza que "podia" ser medida em anos, meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos, foi reeditada! O tempo alargou-se len-ta-men-te e encolheu rapidamente. "Parece que foi ontem há 5 meses." Uma experiência que nos trouxe a urgência de compreendermos o valor do Aqui e Agora e aceitar a impermanência como condição de vida.

"A ideia de nós, os humanos, nos descolarmos da Terra, vivendo numa abstração civilizatória, é absurda." Ailton Krenak

2019

O ano novo chegou e, "ano novo, vida nova", diz a sabedoria popular.

Em diferentes culturas (as vezes em datas diferentes) o novo ano é tempo de renovação, é possibilidade de inaugurar uma nova forma, começar uma atividade desejada, um passeio, buscar um emprego. A energia de Janeiro nos proporciona a renovação a assim nasceu a Campanha Janeiro Branco, uma campanha comprometida com a Saúde Mental. Da combinação da simbologia do Janeiro e das folhas em branco com sua imensidão de possibilidades é idealizada a campanha Janeiro Branco.

E lá vamos nós para rua convidar as pessoas a dedicarem um tempinho em meio as atribulações a pensarem em suas vidas, reescreverem suas histórias, cuidarem das suas emoções, investirem em autoconhecimento, avaliarem as suas relações... Buscarem propósitos para as suas existências que façam sentido para si.

Em 2019 estivemos em Belford Roxo, onde fizemos uma Roda de Conversa com as queridas amigas do Coletivo Donas. Dos 11 aos 60 caminhamos por histórias, trocamos impressões de vida e tudo terminou num lanche delicioso e arte, muita arte e emoção. De lá fomo direto para o VLT - estação Rodoviária. E nessa a nossa companheira e psicóloga Debora Rievers esteve conosco. Entre um trem e outro, uma palavra, um sorriso e um convite. Foi bom participar da vida da cidade. Nos jardins do Museu da República do Rio de Janeiro a psicóloga Isabela Dutra, nossa parceira de farras e trabalhos, se união a nós e aproveitamos a manhã conversando com os visitantes.

A Cena Musical FEMININA

Rio de Janeiro, março de 2019

A Cena Musical FEMININA pretende impactar a consciência reflexiva das mulheres, alertando sobre todos os tipos e formas de violência, para que possam aprender a reconhecer em si mesmas e em outras mulheres e consequentemente buscar ajuda.

FEMININA tem em seu elenco a Cia Trupe da ARte, um coletivo de artistas independentes que já atuam no cenário artístico há mais de 15 anos e convida o Grupo Arte em Cena (coletivo feminino inclusivo), além de poder convidar grupos locais que tenham performances alinhadas com o tema, para se apresentarem no espetáculo, divulgando seus trabalhos e/ou projetos.

Roteiro, Produção e Direção Geral de Projeto são de Sandra Serrado, a direção de Movimentos e Coreografias fica a cargo de Marcio Vasconcellos. Já a assessoria de de

Produção é de Marcia Vinchon e como assistente de produção Pedro Correia. Assessoria de Imprensa de Aline Ricciardi e criação de Luz de Bruno Guedert.

A Cena Musical FEMININA, com classificação indicativa de 12 anos, com 70 min de duração, roteiro e canções autorais, este espetáculo é indicado a todos os gêneros. Ao final do espetáculo é distribuído ao público um informativo com locais de acolhimento e atendimento à mulher em todo o estado do RJ, fornecido e supervisionado pelo Projeto POLINIZE-SE.

https://www.sopacultural.com/colunas/pelos-palcos/feminina-reflete-situacao-da-mulher/

Como nasce uma Mulher?

RESUMO:

Em 2018, 16 milhões de mulheres sofreram algum tipo de violência no Brasil. O sofrimento psíquico e emocional, frente às violências e assédios, é imensurável. Tatua na pele o medo. Este trabalho se apresenta como uma reflexão de como se constrói a realidade de ser-mulher-no-mundo. Ser-estar num ambiente é relacionar-se, e desenvolver-se é um fenômeno de campo relacional onde o organismo se encontra exposto a um espectro de forças que se combinam e moldam sua trajetória. Em contato e interação, o cérebro constrói mapas e moléculas relacionam experiências a valor. Adaptamo-nos não apenas para sobreviver, mas para encontrar bem-estar. Quando menina, a mulher é iniciada numa trajetória de convencimento de sua debilidade física, limitação corpórea e fragilidade em nome da feminilidade. Investimentos que paralisam o corpo, rompem o fluxo corpo-mente-organismo-ambiente. Uma colonização da psique, diz Reich. Cerceada, quando mulher, diante de uma sociedade predatória ao seu gênero, não se identifica com sua potência, e identificada com a fraqueza se convence de sua imobilidade. Mulheres vivem no corpo físico a materialidade da atividade simbólica humana e seu self internaliza o dinamismo metafórico que guia seus sentimentos e comportamentos. São síntese de representações de experiências, são produções de conteúdo e significado: como interromper esse ciclo?

Objetivo: Refletir sobre a importância das experiências na construção do ser-mulher.

Colégio Progressão

Rio de janeiro, agosto de 2019

A convite do Colégio Progressão Vila da Penha participamos do III Simpósio de Carreiras e dividimos com os alunos do ensino médio um pouco do que é a Psicologia e as possibilidades de trabalho nesta área.

Grupo de Estudos & Atendimento

Tornar-se mãe é um processo de construção no exercício da relação

Rio de Janeiro, Santa Casa de Misericórdia, agosto de 2019

Grávidas têm apoio psicológico na Santa Casa de Misericórdia

A psicóloga Adriana Moraes, responsável pelo projeto de atendimento a grávidas e mulheres que estão no puerpério na Santa Casa de Misericórdia, explica na entrevista publicada hoje no meu blog Saúde Bem Explicada porque esse espaço foi criado e como as gestantes podem se beneficiar. Dá uma olhadinha lá:

http://saudebemexplicada.com.br/2018/04/03/grupo-de-apoio-psicologico-para-gravidas-na-santa-casa-de-misericordia/

Só para aguçar sua curiosidade: a ideia é ter um lugar para a mãe ser vista e se ver, compreender e explorar os conflitos pertinentes às mudanças que se anunciam com a chegada do bebê.

https://www.facebook.com/saudebemexplicada/

MUDES fundação

Palestra: Qual a importância dos sentidos na cognição humana?

Rio de Janeiro, Centro, agosto de 2019


As vantagens de ter acesso imediato a uma quantidade incrivelmente rica de informações são muitas, [...]

Mas, esse benefício tem um preço.


... essa intensa possibilidade de ver a vida do outro, com quem não se tem contato real, pode trazer ansiedade e frustração. Não por inveja, mas pela comparação quase involuntária entre a própria vida e a vida deles, e pelo medo de se ficar de fora do que está acontecendo...


A mundialização coloca em questão, (...), as fronteiras territoriais locais e a relação entre lugares e identidades. A circulação rápida das informações, das ideologias e das imagens acarreta dissociações entre lugares e culturas. Nesse quadro há sentimentos de perda de identidade (...). Híbrida ou mestiça, como se diz agora, a cultura encontra-se assim mais dominada do que nunca pela problemática da identidade, que se enuncia cada vez mais como uma “identidade cultural”.

Michel Agier

A convite das parceiras do APRIMORA-SE PSI oferecemos grupos de estudos para psicólogas.

O olhar da Gestalt para os Ciclos de Contato, a Educação Emocional na Infância

13ª Mostra Regional de Práticas em Psicologia

Rio de Janeiro, UERJ, julho de 2019

O trabalho psicoterapêutico clínico é dinâmico e precisa se atualizar conforme as demandas e o mundo que sofrem constantes mudanças. Muitas/os clientes têm trazido como fonte de reflexão e sofrimentos questões relacionadas às práticas racistas que sofrem e, necessariamente, nós, profissionais da saúde mental, somos convocadas a estudar e a refletir sobre o racismo e como trabalhar com essa temática na clínica. A partir dos nossos atravessamentos enquanto mulheres negras, psicólogas e gestalt-terapeutas, pensamos, então, a importância da discussão de uma clínica antirracista. Dentre inúmeras problematizações acerca do tema, gostaríamos de elencar dois pontos de reflexão: 1) o padrão estético pautado na branquitude européia e/ou norte-americana adotado pela sociedade brasileira. Vemos que os impactos nas/nos clientes negros, cujos corpos e estéticas diferem do padrão branco, causam baixa auto-estima, insegurança e o sentimento de exclusão. 2) A compreensão de que o racismo é estrutural, histórico e cultural da e na sociedade brasileira é fundamental para entendermos na clínica os relatos de embrutecimentos, reações agressivas e de raiva da população negra, que são e foram formas de sobrevivência dentro de um contexto que os inferioriza, desqualifica e mortifica seus corpos e subjetividades. Através da experiência clínica com clientes que compartilham o sofrimento diante do racismo, observamos que o racismo é altamente violento e provoca incontáveis injustiças, sofrimentos físicos e simbólicos, silenciamentos, ameaças constantes e mortes. Como resultado das problematizações e de proporcionar um espaço de abertura e sensibilidade no vínculo terapêutico, auxiliadas pelos pressupostos teóricos e práticos da Gestalt-terapia, vemos a retomada do contato desses clientes com o próprios corpos, a valorização das suas experiências e sentimentos (incluindo a raiva e a indignação) e a possibilidade de elaborar estratégias de resistência e autocuidado diante do contexto racista carioca e brasileiro.

Luanna Velloso e Verônica Queiroz

Gênero como categoria diagnóstica e o impacto na saúde mental da mulher

RESUMO:

Propomos uma reflexão quanto à trajetória histórica que leva o gênero a ser uma categoria diagnóstica e sua contribuição na engrenagem sociocultural que sustenta violências à mulher. Entender sexo e gênero como uma coisa só aponta para vidas definidas de acordo com o aparelho genital com o qual a pessoa nasce. O perigo dessa confusão é a manutenção de práticas heteronormativas no cuidado à saúde mental e sofrimento emocional, restringindo a potência dos questionamentos e reflexões possíveis a respeito dessa temática e ignorando a participação do gênero nas experiências. O binarismo homem/mulher como norma legitima estereótipos de gênero e patologiza transgressões.

Ser-Mulher-no-mundo

RESUMO:

Propomos uma reflexão do como se constrói o campo do ser-mulher-no-mundo. Ser-estar é relacionar-se, e desenvolver-se é um fenômeno de campo relacional. A teoria de campo compreende que do campo emergirá a Gestalt possível resultante dos tensionamentos vividos. Em nossa sociedade, Mulheres vivem no corpo físico a materialidade da atividade simbólica humana, múltiplas expressões de violência e ódio. O sofrimento psíquico e emocional tatua na pele o medo, são síntese de representações de experiências. Investimentos, em nome da feminilidade, rompem o fluxo corpo-mente-organismo-ambiente, internaliza o dinamismo metafórico e guia sentimentos e comportamentos. Trazer luz às questões de gênero é considerar tanto as expressões como as formações dos sofrimentos.

Mãe não é tudo igual

(...)

No cenário contemporâneo, a maternidade emerge como mais uma função, a ser vivida de forma solitária e dentro de rígidas expectativas, desconsiderando a subjetividade, o tempo e o protagonismo da mulher. Desprovidas de redes, círculos femininos ou famílias que resfolegavam a exaustão, hoje a mãe está só. Encontra amparo nas redes virtuais, onde desconhecidas unem-se como confirmação de seu sopro de sanidade. Exige-se silenciosamente uma espécie de experiência que vamos chamar de “espectro de maternidade”. Uma exigência de ser mãe, sem ser notada que está sendo, o “nem parece”. A maternidade cinde a experiência de ser-mulher-no-mundo, um divisor de águas, deixando clara a expressão mais violenta do patriarcado hegemônico, da condição de refém de sua biologia: sexo frágil, escravizado por sua natureza - campo construído a cada afirmativa patologizante do discurso médico.

Zinker (2001) nos aponta o quanto é “(..) difícil estar em um contato sensorial direto num mundo cada vez mais automatizado, em que somos constantemente distraídos e que nos reduz à passividade por meio de um processo onipresente de ruído cognitivo de segunda mão” (p.118). O desenvolvimento do bebê passou a ser investimento no futuro. Brincadeira é estímulo, afeto é desenvolvimento da inteligência emocional. Obrigatoriedades restritivas que pais empreendedores vivenciam.

(...)

2018

Aderimos a Campanha Janeiro Branco: quem cuida da vida cuida da mente, no ano de 2018, quando promovemos "Cafés com as emoções". Desjejuns com frutas e bolos para convidar os transeuntes a conversar sobre saúde mental: Jardins do MAM, Museu da República do Rio, Aterro do Flamengo foram alguns dos lugares onde fincamos nosso cavalete e sorrisos. No último dia do mês da campanha promovemos uma mesa redonda "Saúde mental não é papo de louco" com os convidados Alexandra Tsallis (psicóloga), Glauce Correa (psicóloga), Lula Wanderley (psiquiatra) e Rômulo Balestê (psicólogo).

A campanha tem como principal objetivo discutir a saúde mental. Idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão em 2014, o projeto convida as pessoas a refletirem sobre suas vidas, a qualidade dos relacionamentos e incentiva o debate sobre o tema em todos os espaços. Uma proposta de levar informação e aproximar as informações do público em geral. Uma das características fundamentais é a gratuidade de todo e qualquer evento em nome da campanha.

Campanha Janeiro Branco

Jardins do MAM

7 de janeiro de 2018

Campanha Janeiro Branco

Museu da República

18 de janeiro de 2018

Campanha Janeiro Branco

Aterro do Flamengo

21 de janeiro de 2018

Campanha Janeiro Branco

CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS (CBPF)

31 de janeiro de 2018

Conversando com as emoções

Não engula o choro” é uma proposta de olhar atentamente às emoções sem interdições. O auto(re)conhecimento emocional possibilita um maior controle das respostas, reduz a impulsividade e responsividade aos estímulos. Mas isso não se nasce sabendo... e é esse convite que nos propomos a fazer: Vamos ajudar nossas crianças a compreender o que estão sentindo?

Propostas de promoção do desenvolvimento socioemocional surgem como preventivas e até mesmo protetoras da qualidade das relações sociais e, por conseguinte, da saúde psicológica. A infância é a etapa com maiores probabilidades de, quando estimulada adequadamente, desenvolver interações sociais mais positivas e reforçadoras.

Aproveitando o mês de comemoração do dia das mães organizamos uma roda de conversa intitulada “Conversando com as emoções” onde cuidadorxs e filhxs, no parquinho do Fluminense Football Club, serão convidados a um bate-papo recheado de interatividade no dia 27 de maio das 10 às 12h.


Simpósio Silvia Lane

São Paulo, maio de 2018

O trabalho proposto desenvolve-se na dialética com essa mulher que protagoniza a vida, que se reedita, reinventa, mas que se percebe aprisionada às velhas representações: a mãe. Uma ação longe de caminhos pavimentados, uma proposta de acolher, fenomenologicamente, através da escuta psicológica, essas expressões de maternidades. Um diálogo com as experiências em busca de integração e aceitação das subjetividades. São novos os tempos, são novas mulheres, podem ser novas maternidades (ou não). Resistir, partir do cuidado e acolhimento fortalecendo, criticamente o lugar dessa maternidade e, através da coletividade, a compreender e explorar dos conflitos inerentes a essa nova experiência.


Congresso de gestalt terapia

XVI ENCONTRO ESTADUAL DE GESTALT TERAPIA

XIII CONGRESSO BRASILEIRO DA ABORDAGEM GESTÁLTICA

Curitiba, PR, 19, 20 e 21 de maio de 2018

Ações na rua: experienciando o inesperado

Imersos em uma cultura não promotora de cuidados à saúde mental e atravessando um delicado momento sociopolítico de perdas de conquistas nessa área vemos, como um dos muitos resultados, o soterramento dos afetos e a associação de emoções a desqualificações pessoais. Paradigmas que erigem clausuras em nós mesmos e inabilidades no reconhecimento das emoções e sentimentos a que somos atravessados. Rascunhando, assim, uma sociedade com reserva, e até mesmo preconceito, para tratar de assuntos relacionados a saúde mental, sem reconhecer as nuances da paleta de emoções e sua relação com as escolhas cotidianas. Como seres relacionais, nossa subjetividade é construída na interação com o outro. Como fazê-lo sem autoconhecimento?


Falando Com Jovita Belfort na Rádio Contemporânea



Porque mãe não é tudo igual: Se-é-Mãe-Sendo

A etapa gravídico-puerperal é um episódio relevante na vida da mulher envolvendo fatores biológicos, intrapsíquicos, interpessoais e sistêmicos, sob as influências sócio-culturais. Hoje a mulher decide o “quando” e “se” da maternidade. Entretanto, apesar da liberdade conquistada, vemos essa protagonista da vida esvaziada de sua força. Essa nova construção social do ser-mulher-mãe-no-mundo, apresenta-se como fardo em sua experiência existencial. A maternidade ainda é de sua prioritária responsabilidade, sob convocatórias de perfeição. É a essa maternidade contemporânea, que nos chega ao consultório privado, que lançamos o olhar: uma função solitária, carecendo de rede de apoio, refém da mercantilização da perinatalidade, desqualificante da subjetividade e do protagonismo da mulher, homogeneizando o ser-mãe-no-mundo. Diante disso, propomos uma reflexão sobre o modo de ser e de perceber essa mulher, frente às condições na contemporaneidade, como investimento na prevenção de instalação de sofrimento psíquico.

12ª Mostra Regional de práticas em psicologia

Rio de Janeiro, 29, 30 e 31 de agosto de 2018

Ações na rua: experienciando o inesperado

Apresentamos o relato de nossa experiência de psicólogas clínicas que, mobilizadas pela campanha Janeiro Branco, deixam a ilusória segurança de seus consultórios particulares e desenvolvem uma proposta de conscientização do público em geral, através de linguagem acessível e sem fins lucrativos. Na busca histórica da psicologia em assumir um lugar técnico-científico a prática psicológica foi distanciando-se das ideias iniciais, geradas no campo da filosofia, aprofundando-se em técnicas. Nossa cultura patologizou os cuidados com a saúde mental. Rascunhamos uma sociedade com reservas no trato com os assuntos relacionados a saúde mental. A saúde ficou associada ao cuidado com o corpo, com a mente é adoecimento mental. Em um mundo tão emergente, não há espaço para a paleta de emoções. Cada vez mais a funcionalidade humana está associada à não expressão das emoções e sentimentos a que somos atravessados. Alinhadas ao manejo proposto pela Gestalt-terapia, através de uma abordagem fenomenológica-existencial, promovemos ações de conscientização e divulgação da Campanha Janeiro Branco em 2018 em espaços públicos no Rio de Janeiro como os jardins do MAM, Museu da Republica e Aterro do Flamengo. Criamos estratégias para abrir espaço na agenda atribulada dos transeuntes e convidá-los a pensar, de forma ampliada, a respeito de sua saúde mental, sobre como têm cuidado de suas emoções e sentimentos. Os resultados obtidos não foram medidos quantitativamente, mas na figura que emerge, mostrando disponibilidade e abertura ao encontro

Violência psicológica e suicídio

Porque mãe não é tudo igual

I Simpósio MulheRio:

Não se nasce mulher, torna-se mulher

Olhares para o feminino

Dias 31 de outubro e 1º de novembro

O coletivo Polinize.se está organizando o I Simpósio MulheRio: não se nasce mulher torna-se mulher, olhares para o feminino. O projeto nasceu de um encontro de mulheres que acolhem mulheres, escutam mulheres, atendem mulheres e são atravessadas por questões que costuram a constituição desse ser-mulher. Somos mulheres, psicólogas clínicas, Gestalt terapeutas e temos um trabalho voluntário na Santa Casa de Misericórdia do RJ com Acolhimento Perinatal. Enquanto psicólogas e organizadoras do evento assumimos o papel de investirmos em evidenciar e problematizar as temáticas que constituem o ser-feminino-no-mundo, com o objetivo de constituir um espaço de diálogo e troca de saberes e experiências sobre as inúmeras possibilidades de ser-mulher. A MULHER como sujeito é o que desejamos ouvir. Precisamos ser protagonistas de inquietações para que o conformismo não nos derrote, pensando as “diferenças como fagulhas criativas para auxiliar a criar pontes de comunicação” assim como nos convoca a filósofa ativista Angela Davis.


CONVIDADAS: Alexandra Tsallis, Ana Luiza Britto As Marias da Graça, Bárbara Zenícola, Bianca Lopes, Carla Araujo, Carolina Araújo, Danielle de Souza, Flavia ​F ​Silva, Glauce Cerqueira Corrêa da Silva, Jaqueline Gomes, Kiria Garcia, Laila de Queiroz da Silva, Leila Todeschini, Márcia Leonardi Baldisserotto, Maria Clara Arruda, Mariama Furtado, Melissa de Oliveira Pereira, Rosane Lorena Granzotto, Samira Jacobs, Tainá de Paula.

Registro do dia 31 de outubro de 2018

Registro do dia 1º de novembro de 2018

IBMR

Durante o ano de 2018 fomos diversas vezes compartilhar com os alunos nossa caminhada na psicologia.

Apresentar nossos trabalhos, conversar sobre os desafios e matar as saudades da casa que nos formou e permitiu que nossa amizade acontecesse e desse tantos frutos.